Meu objetivo aqui é conversar sobre fatos do cotidiano que afetam nossas vidas, nossos sentimentos e atitudes em relação a eles. Podem ser sobre acontecimentos ou pensamentos, enfim, tudo aquilo que pensamos e que as vezes fica engasgado dentro da gente. Vamos fazer de nossas palavras nossa maior ferramenta.
Sendo assim, deixe-me contar um pouquinho do que nós, mulheres, passamos, ao dirigir.
No Trânsito
Levo meus filhos à escola todos os dias e enquanto dirijo observo a maneira preconceituosa com que as mulheres são tratadas. E não é só aqui em São Paulo, onde quer que se vá, devido a crescente quantidade de veículos, encontramos lentidão. Seja nos horários de pico ou na hora do almoço, se você é mãe sabe que tem trânsito nos horários de saída e entrada das crianças nas escolas também. Prova disso que nas férias escolares fica muito mais tranquilo sair de carro por ai.
Foi-se o tempo em que ser mulher era sinônimo de ser má motorista, mas ainda é difícil fazer boa parte da população reconhecer isso. Porque você é mulher pressupõe-se que você não consiga estacionar em vagas apertadas, que você não saiba manobrar para desviar de algum "espertinho" que "prendeu" seu carro enquanto você saiu para levar seu filho até o portão da escola, que você tenha que obrigatoriamente dirigir devagar e debruçada em cima do volante, que você esteja falando sozinha (só porque não conseguem ver as crianças no banco de traz), ou que não saiba o que está fazendo. Difícil ver mulheres ao volante quando seus parceiros estão no mesmo carro, principalmente se forem de idade avançada.
Sem contar a possibilidade de ser assaltada se estiver sozinha no carro ou com crianças, tornando-se um alvo fácil. Á noite evito andar com os vidros abertos.
Fato é que homens também cometem absurdos ao volante, senão mais do que nós. Vejo muitos em fila dupla, fazendo ultrapassagens perigosas, em alta velocidade, sendo imprudentes ou exibidos. Como se o carro fosse um brinquedo, que eles dominam.
Estamos inseridos em uma sociedade que cobra muito das mulheres, mas que reconhece pouco o seu valor, os seus direitos. E a cobrança só aumenta. Para ter direito a ser tratadas como iguais devemos lutar e por consequência disso desmerecemos ser tratadas com cavalheirismo, com consideração?
É preciso repensar certos valores. Menos preconceito, mais aceitação.
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